Devaneio de quinta
Quero licença pra pensar
Aquela beca preta
me arranca conversas frias
e congela meus neurônios
Permita-me
Juro que não atearei fogo na sala
Apenas me deixe sair...
Quero licença pra sonhar
E, ao acordar, decidir se o amor
é possível
Quero licença pra tentar
medir o raio das circunferências
O tamanho do meu mundo
Quero licença pra sorrir
Pra chorar
Pra sentir
Quero licença pra dormir até
mais tarde
Pra existir na hora que eu quiser
existir
Quero existir na noite
Não ter casa pra voltar
Habitar os lados quentes do
mundo
Não...
Quero dormir na noite
Acordar com o dia
Quero minha sala fria
E um telhado a me esperar
Queria mesmo era não querer nada
Não quero mais portas abertas
Prefiro lançar dados
Quero não ter que escolher, nem
decidir, nem descobrir
Nem medir...
Mais nada
Me deixa quieta
Quero a luz apagada
Nenhuma vela acesa pra santo
Nenhuma fresta de sol na janela
Quero só a certeza da tua mão
Não, não quero não...
Tô perdida na cegueira
Nessa venda que eu mesma pus
Nem ouse...
Não quero ajuda pra tirá-la
Só licença pra pensar
Me dá licença?!
-Dinozes-
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