Não que eu goste de avistar o mundo de cima dos muros, mas acho que eu sou um ser de transição, nasci em transição e assim permanecerei. Me sinto no espaço entre os tempos, no meio da estrada entre um lugar e outro, entre dois vilarejos bem pequenos. A transição é que é assustadoramente gigantesca, instável, imprevisível e surpreendente! Os medos me acompanham amarrados aos pés, aos braços, em torno de todo o corpo, mas não me contêm. Não sei o que quero nem pra onde quero ir. No instante em que se descobre algo pelo qual buscar, todo o restante das coisas e lugares se tornam desinteressantes. Por isso, vou e voo pra lugar nenhum.
Fotografia: André Campos Maia - em Parque Ecológico do Cocó - Fortaleza-CE.
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