terça-feira, 26 de novembro de 2013


Mastigar palavras,
Mitigar o espírito...



Por hoje...

Pronto. Já descobri o que é o amor. Ou pelo menos uma face dele. Amor é aquilo que te faz ser livre e sentir-se completamente à vontade pra ser grosso e ridicularmente insensível com quem se ama. O amor te deixa livre pra ignorar o amado, quando lhe for conveniente, porque você acha que pode tê-lo a qualquer momento. As palavras polidas e educadas, o olhar atencioso e centrado e a conversa olho no olho ficam pros estranhos, pros distantes, para as ruas, para as conversas formais, para o caixa do supermercado, para o seu cliente ou paciente, pro seu médico, ou pros colegas não tão amados. A polidez não é pra quem se ama. Taí o porquê das indelicadezas praticadas com a mulher, o esposo, com o namorado, com a mãe, o pai, os irmão, os bons amigos... Com eles, você não precisa medir palavras, não é? O amor o faz livre....o amor o faz livre demais, amigo... a ponto das suas asas alfinetarem os olhos de quem tá ao seu lado. Mas você não percebeu... É claro que não... as suas melhores máscaras você guarda pra usar com os menos amados.  Se o amor o faz livre pra ser inteiramente você, então reveja você mesmo. Se não for capaz...Se não for capaz, por favor,  não me ame! E viva a polidez da sociedade educada e cheia de atenção ao próximo.


sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Por hoje...

Não que eu goste de avistar o mundo de cima dos muros, mas acho que eu sou um ser de transição, nasci em transição e assim permanecerei. Me sinto no espaço entre os tempos, no meio da estrada entre um lugar e outro, entre dois vilarejos bem pequenos. A transição é que é assustadoramente gigantesca, instável, imprevisível e surpreendente! Os medos me acompanham amarrados aos pés, aos braços, em torno de todo o corpo, mas não me contêm. Não sei o que quero nem pra onde quero ir. No instante em que se descobre algo pelo qual buscar, todo o restante das coisas e lugares se tornam desinteressantes. Por isso, vou e voo pra lugar nenhum.


Fotografia: André Campos Maia     - em Parque Ecológico do Cocó - Fortaleza-CE.




quinta-feira, 15 de agosto de 2013

sábado, 10 de agosto de 2013

Quando olho pela janela...


                          Portais Mágicos

              Aeroportos são, definitivamente, meus portais preferidos. A gente entra por uma porta e quando sai, já é outro mundo. Fantasticamente. É nos aeroportos que eu me sinto plena, inteiramente eu, como vim a este mundo e como me despedirei dele. Sozinha, com pouca coisa nas mãos pra dizer que é minha, e só de passagem. Alguma coisa me acompanha, de alguma forma, numa mala pequena. Tudo muito imprensado, apertado dentro dela; Alguma coisa que eu talvez precise, outra só por precaução. Muito do desnecessário que a gente insiste em carregar consigo. Os líquidos e os cortantes me acompanham ali, de longe. A modernidade líquida e cortante. Desnecessária. Ao atravessar meus portais sempre me deparo, de repente, com ela: a mala cheia do vazio que me segue. A plenitude tá comigo, me acompanha de perto, dentro de mim. Só e plena, sigo ritualmente a desesperadora e gostosa passagem. Pelo saguão, inteira e volátil, piso o chão feito rio, que nasce e morre a cada passo, e que, por isso, a cada milímetro a frente já não é o mesmo.                
               Na lojinha de presentes, a moça procura a lembrança que vai levar da cidade do sol pra sua mãe, pro seu irmão, pro seu avô.  Eu, a olhar o espelho bonito da vitrine, encontro os meus olhos e procuro a lembrança que vou levar pra mim mesma quando atravessar o portal. Vou levar de mim o cheiro de água corrente; e do que morre ali no espelho (e sempre morre algo) deixo pra moça da loja, que me olhou nos olhos e não disse nada. A família se enche de fast food antes do voo pra Bariloche. A mulher sentada na mala, não por falta de assento, parece ser do tipo que senta na mala pra que o desnecessário não fuja de perto dela. Aquele senhor, que sempre tá dormindo ali na cadeira azul, deve ter um reloginho no coração que o acorda no horário certo de embarque. A criança empurra o carrinho de malas, como quem empurra as esperanças pra o amanhã. O som ambiente da loja do lado, quase me esqueço de mencionar,  não decide entre o regional e o sei lá o que. É preciso agradar a todos. Não agrada ninguém. Na verdade, ninguém ouve o que toca ali. O barulho do aeroporto é barulho de gente coberta de ansiedade. Gente ao telefone, cheia de saudade, de dor, ou de alívio. Ou até gente que muda de Estado como quem vai da sala pro quarto, sem ao menos parar pra olhar a pintura pendurada no corredor. 
               
             O desnecessário já foi despachado. Vou-me inteira e breve respirando o cheiro de transição. Não me dou o direito de conversar com ninguém. A passagem deve ser só minha. Alçar voo e me encontrar do outro lado, uma outra parte do inteiro que me segue com uma outra parte do inteiro que eu majestosamente crio. Aeroportos são portais lúdicos. Eu...ainda não sei o que sou, mas posso ser lúdica também e, dentro dos portais me acho em essência e livre das criações. Me vejo plena e vazia, sozinha e finalmente encontrada, liberta por alguns instantes das verdades que a gente inventa a cada pisar e a cada olhar que a gente topa, em um mundo e outro. Pronta para criar, me faço flor arrancada e sem raiz. E voo.

Em dezembro de 2012.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Publicando...

"A Fortaleza dos versos inacabados", crônica publicada 
na Coluna Olhar sobre a cidade da Revista Siará
-Diário do Nordeste no domingo, 
4 de agosto de 2013.
















          

A Fortaleza dos versos inacabados

         Descobri há algum tempo (no eterno descobrir das coisas) que, para todo e qualquer poeta, os lugares não inspiram poesia, eles são a própria poesia.

     Uma cidade é rabiscada de versos calados, e cabe aos poetas mastigá-los em essência, triturar partícula por partícula de cheiro e cor, de lágrimas e sorrisos, arrastando os pés descalços em toda sua textura de asfalto ou terra batida para, só depois, cuspir versos no denunciar da ilustração, versos medidos ou desmedidos, cantados, gritados, sussurrados num livro de cheiro bom ou na parede de uma escola qualquer. 

       A Fortaleza que descobri, há pouco, é uma fortaleza de sensações, que brada a ressaca do mar até o sertão, é fortaleza poética que inspira amor e ódio. Abençoado seja quem a batizou, Fortaleza! A palavra é forte, não por ser inabalável, mas por conter tudo e mais um pouco do que cabe num coração. E, sabe-se bem, não precisa ser poeta pra pesar o quanto cabe num espírito, feliz ou despedaçado que seja.

         A Fortaleza em que cabem a força dos verdes mares, dos pescadores, das jangadas que partem na madrugada, as histórias à beira-mar, as corridas em fim de tarde que levam ao Mucuripe, as banquinhas de peixe, as Iracemas e os Martins a assistirem ao nascimento dos novos guerreiros, o pôr do sol nos “píers” da Praia de Iracema, o aglomerado solitário dos prédios a desviar a teimosa maresia. 

        A cidade guarda, ainda, o vendedor de coco e de tapioca, a saída apressada dos shoppings e centros comerciais, as conversas de escritórios, as buzinas de ônibus.

        Feito coração pulsante, a cidade é tomada de sentimentos, e as lágrimas tem escorrido nos estádios e nas ruas, nos prós e nos contras, aos gritos de gol ou de revolta. Os olhos vêm denunciando um brilho cada vez mais forte, dignos dessa terra que teima em ser dona do sol. 

       Sob o calor que escalda ou a chuva que lava, os espíritos tem se encontrado por ai, cheios de vontades e esperanças. A nossa maior liberdade é poder estar sempre na busca da felicidade. Nós sabemos o caminho, afinal aquela luz no fim do túnel é ou não é nossa? De testa franzida a olhar o sol, a cidade caminha ao som das marés. A poesia não ousa silenciar.

           A força de Fortaleza é o pleonasmo mais bonito que já pôde ser dito. Gramáticos, me ouçam sem fazer careta:  Nossa Fortaleza  é forte que só a peste! Traz a destreza e o desastre dos verdes mares. Ora serena, ora revolta. Fortaleza se movimenta e acalma. Proclama guerra aos brados nas ruas e nas praças.  Faz amor à sombra dos coqueiros.

         Feito maré que invade a rua e lava a calçada, os nossos fortes gritam revolução em coro, cantado na dor, nas ruas, corados de amor. 

         Minha Fortaleza brada poesia ainda sem nome, sem rima nem métrica, mas, com a força de sempre, transborda-se e inspira, sem olhar pra trás. O sol surge logo ali.

Fortaleza, 4 de agosto de 2013.

-Talita Nogueira-

domingo, 23 de junho de 2013

Por hoje...


O dia em que Miró mirou meus olhos














Como quem ganha um Miró
O dia alvoreceu amarelado
Quadriculado, marcado e cantado
Na capa da agenda
Feito janela de madeira
Que abre pro campo
Pra gente pintar da cor dos olhos mansos
A firmar o êxtase acelerado
Atravessando as sombras e os freios
A cada raio de sol
Que amansa os olhos
E inquieta a alma
Ao cantarolar de um orgasmo precoce
Miró mirou meus olhos
E sobre o muro
Cantou feliz

-Talita Nogueira-

(inspirado na obra "El Gallo" do surrealista espanhol Joan Miró)


quinta-feira, 30 de maio de 2013

São só rabiscos...


Hoje 
minha máscara 
chora 
dois litros de mar 
e vodca...

Por hoje...



Intervalo

Numa tarde quieta
Só as ondas falam
Deixa
Elas que sabem o que dizem
Elas é que tem razão
Melhor calar e ouvi-las
Mas escuta bem
É preciso estar atento
Elas só  falam uma vez
E as conchas nem tudo gravam
Sim, elas vão e vem
Mas quando vem
Já são outras
Então, escuta bem

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Quando olho pela janela...


Sinal Amarelo

       Às vezes me dá aquela vontade, mergulhada na angústia, de virar as costas. É muito simples, é covarde, é fraqueza por demais da conta, não é amigo? Não é não. É preciso o dobro de coragem pra dizer não pra aqueles livros de autoajuda de leitura desesperadora. Na real, ninguém precisa encarar tudo de frente, mergulhar de peito aberto, chorar de cabeça erguida, maltratar o coração, só pra dizer depois, com a alma aos pedaços: Eu não desisti. Ah, não, por favor! Fuja, desista, se esconda em baixo da cama. Você pode. Não vivemos no jogo do “vamos ver quem sofre mais”. Chega dessa história de que sofrimento é remissão, de que sacrifício, necessariamente, vem seguido de recompensa. Não vem não, hein? Nem sempre. Chega dessa história de que Deus ama os oprimidos, os fracos, os necessitados.  Deixa essa coisa de chorar na cruz pra Jesus, meu bem. Coisa mais retrô! Chega dessa história de que “eu sofri muito pra chegar aqui”. A que custo? Qual é o preço do teu sonho? Dez anos de sacrifício pra conseguir um emprego público? E agora? Tá feliz? Foi feliz na caminhada? Ninguém nasce pra catar pedras no caminho; a gente nasce é pra deitar na grama! Se achar uma pedra, meu amor, colecione, mas não se jogue no pedregulho, por favor! Talvez, por isso, nunca tive paciência pra assistir lutas corporais. Tem coisa mais sem sentido? Fortaleza não é resistência à dor. Fortaleza é inteligência, é não adotar o sonho dos outros, é a sensatez de tentar quando sentir vontade, desistir quando sentir vontade, mudar de sonho, mudar de horizonte, ignorar o óbvio, virar as costas e entrar em outra porta, mesmo que escura, mesmo que estranha, sempre que sentir vontade. O problema não é seguir em frente, até porque se demos as costas pra algo, um mundo novo nos surge e ai será um novo olhar e uma nova frente. Aproveite as curvas, as ladeiras, as subidas, os retornos. Linha reta é suicídio, é assassinato do espírito, e, além do mais, não tem a mínima graça. 
         E parem de perguntar pras crianças o que elas querem ser quando crescerem. As crianças tem vontades pra hoje, inventam hoje, desistem hoje, começam e terminam hoje. É preciso educá-las, sim. O mundo pede. Exige. Mas, por favor, não contem a elas que estão sendo treinadas pro futuro, que ela vai ter que ser alguém, que existe uma guerra, que existe um mercado, que ela precisa vencer. Ela vai descobrir tudo isso sozinha. Todo mundo vai ser alguém, um dia. Todo mundo já nasce e se constrói alguém e experimenta muitas faces desse alguém durante a vida. Não treine ninguém pra guerra e pare de achar que está dentro de uma, na luta eterna de meu deus. Tudo é mais simples do que parece ser. 
            Saiba: ninguém nasceu pra ser; não tem que ser; não “é o jeito”; não “é assim mesmo a vida”. Tudo são possibilidades. As portas de entrada são as mesmas de saída. É só mandar um beijo e virar as costas. Eu sei que isso tá parecendo mensagem de autoajuda, mas não é, tá? Se quiser mergulhar no pedregulho e agradecer aos céus pela oportunidade de quebrar pedras, fique bem à vontade. Foi bom conhecê-lo, amigo. Mas, se é isso que você quer, não vou poder ficar, tá? Já virei as costas pras pedrinhas de Drummond há muito tempo. Um beijo e um versejo.


Fortaleza, 16 de maio de 2013.


sábado, 11 de maio de 2013

Por hoje...


Nada nem ninguém

Castelos inteiros
Erguem e desabam
Todos os dias
No meu diário
Sentimentos indevassáveis
Me afirmam e me negam
Amores plantados em ponta de faca
Ponteiro parado
Sol se rebate
Atrás de três nuvens cinzentas
A lua invade o preto da noite
Nuvem
Não vem
Não tem
Ninguém
Se foi
Castelos inteiros
Feitos de areia seca
Voam com pressa
Não tem
Pedra solta no asfalto
Mãos de algema
Coragem de papel
Roupas mofadas no armário
Ninguém
Mais uma vez quatro estações
Em baixo de sol, chuva e flor
Nada acontece
Nada nem ninguém

  -Dinozes-

terça-feira, 7 de maio de 2013

Por hoje...


O poema "Vermelho em dois tons" foi agraciado com o 6º lugar, 
por ocasião de cerimônia de entrega do IV Prêmio de Literatura
UNIFOR (2011), concurso nacional promovido pela Universidade
de Fortaleza, que nesta edição contemplou o gênero poesia, culminando
em lançamento de Coletânea organizada por Batista de Lima, membro 
da Academia Cearense de Letras e professor da Universidade Estadual
do Ceará(UECE) e Universidade de Fortaleza(UNIFOR).


Vermelho em dois tons


As maçãs apodreceram
Um beijo faz sumir o batom encarnado
O sangue corre devagar
Preparando a erupção
A timidez enrubesce  as maçãs podres
Mas as unhas permanecem ousadas
E eu já disse que não gosto de cerejas
Quebrou o salto do scarpin rouge
Não há problema
Sapatilhas doem menos
Hoje é dia de pirofagia
Tragam o vinho e as taças
Desate o laço deste vestido quente
E me envolva em seu sexo rosado
Libere todo o magma úmido e ácido
Me morda morangos  apaixonados
E me enrubesça os seios
E todo o resto que arde
E me lava toda a alma em lava
Hoje eu quero mudar de cor
Menstruar amor
Quero rubro e quero quente
Topos de vulcões em chamas
Feridas de paixão ardente
Que me faça evaporar meus versos
Num paraíso vermelho da cor do céu
Onde haja  duas rosas vibrantes
E nada mais além de amor



-Talita Nogueira-

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Por hoje...

Foto: Dnz/ Praia do Mucuripe, Fortaleza, CE.

Abarrotar

Sem compasso
Nem regra
Meu  traço
Desenhado na areia
Naquele desastre só
Se ache completo
E que a outra metade
Me faça repleto
Me encha de luz

terça-feira, 30 de abril de 2013

Por hoje...


Versos por vir

Não virará a página
Sem apagar versos antigos
O novo sol não abre
Sem por os pontos
Nos versos inacabados
Da lua de ontem
Deixará tudo lá
Bem guardado e pontuado
Naquele ontem
Que já não volta
Naquele ontem que deus me livre


Por hoje...


Abstinência poética

Desde a aterrissagem
Na terra da luz
Que não escrevo versos de paz
A cidade brilha um brilho verde
É tudo mar e fé
Intensa luta entre corpo e mente
Pra ficar de pé
Palavras ofuscadas pelo tempo
Sentimentos ofuscados pelo dezembro
Vida ofuscada pelo vento
Apaguem as luzes, por gentileza
Pra que a beleza daquele sorriso
Permita-se pulsar o mesmo brilho
Daquele ontem mais que breve
Enquanto isso
Só reticências

                                                                     Foto: Praia do Futuro, Fortaleza, CE.


domingo, 28 de abril de 2013

sábado, 27 de abril de 2013

São só rabiscos...

          Qual a profundidade . .
        do mergulho,                   .     
        quando                              .
  se fecham                                 .
  os olhos?                                   .


domingo, 21 de abril de 2013

Por hoje...


Eles

Dedos me apontam
Dedos me chamam
Um dia me dizem sim
Noutro dizem não
De um lado me tocam
De outro apertam
Pode vir!
Chama, cutuca,
pressiona, belisca, arranca!
Na cara não!
Olha o dedinho aqui ó!
Dedos me escrevem
Me pintam , me amam
Dedos me dizem adeus
Me apresentam, me despedem
Ora apontam  estrelas
Ora juntos fazem prece
Já chega!
Fora daqui!
Vem cá!
Olha aqui meu caro!
Retire-se, por favor!
Hum, hum!
Dedos me escrevem palavras ao vento
Me tremem, me suam
Dedos nervosos não sabem o que fazer com os dedos
Vestem-se de vermelho e passeiam confiantes
De súbito, dedos frágeis...
Ao primeiro vento forte, despem-se e voltam para casa roídos
Dedos que plantam e colhem
Me leem, me criam!

São só rabiscos...


Deve ser o vento



















                     Quando a ideia faz doer














                                                                                                                                       

Quando a ideia faz voar


sexta-feira, 19 de abril de 2013

Por hoje...


Sob a luz

Do amor e da flor
Da flor e da dor
Cantam os poetas
Eles que inventam tudo
Que improvisam luas
Que aproveitam o impulso dos ventos
E da mais efêmera dor
Constroem versos
Para o sempre  que virá
Enquanto houver  lua
Acordos serão velados
E da pele pra dentro
Lágrimas quentes
Nascidas de espíritos febris
Inundarão canções noturnas
E da pele pra fora
Labora a caneta
Sobre o tudo e sobre o nada
Mesmo que os espinhos mais delirantes
Firam os mais frágeis amores
Desde que haja (amores)
Enquanto há lua
Da pele pra dentro
Brotam versos
Da pele pra dentro
Correm sangue e fé

-Dnz_
                                                                                                                                                      Foto: Niterói-RJ,2012

quarta-feira, 17 de abril de 2013

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Por hoje...


























Naquela lua

Pelos trilhos da noite transparente
Aquela lua de verso e vodka
Me bebe inteira e breve
Me envolve em goles de vida
Me desce ternos litros eternos
Em goles inteiros de tempo
Que me entram feito lágrimas doces
Numa chuva de forte flor
Que molha e rasga a página triste
Daquele diário velho
Espera o trem que não vem
Escreve a esperança que já era
Invalida as leis do universo
Quebra as regras da vida em uma noite
Arranha as unhas vermelhas das meretrizes
Canta os amores de poço
Coleciona versos inacabados
Só naquela lua de verso e vodka
Proclamo o encontro
Dos eus meus de cada dia
E cuspo versos podres de calmaria

Por hoje...









Liberté

Extinção aos donos
Morte às posses
Solte os cabelos
Descruze os braços
Deixai vir à mente
O que demente for