sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

UM LIVRO PARA FEVEREIRO


LIVRO: Gonzos e parafusos
AUTORA: Paula Parisot
EDITORA: Leya



Comprei o livro pela capa, sim. E gostei das cores que li. Gonzos e parafusos foi uma das aquisições primorosas que fiz durante a XI Bienal Internacional do Livro do Ceará, quando mergulhei durante uma semana num mar de livros à procura de encantamento. Encontrei.

É bem verdade que ao passar os olhos nas primeiras páginas, logo absorvi a angústia enrolada entre as linhas. E me pergunto (não é a primeira vez), por que ler aquilo, pra que buscar e acumular tanto peso nas costas e no coração...não tenho resposta. Acho que sentir é preciso. Ultimamente, não tenho encontrado leituras leves, mas dado de cara com páginas densas e cheias de dramas psicológicos. O livro que escolhi para este mês é um drama extremamente realista, cotidiano, narrado em primeira pessoa, cheio de lembranças, desejos e delírios. É um retrato feito com tintas absurdas e reais, cheia de calos e marcas de expressão.

Da janela do quarto, olhando a chuva e com o dedo a marcar a página do livro, tento imaginar quantos dramas permeiam os apartamentos até onde a minha vista pode alcançar. Cada janela, um drama. Gritos e silêncios ecoam e disputam espaço com o barulho da chuva. Chove lá fora...e chove lá dentro...do livro, de mim, de cada janela, de cada ser, de cada olhar. Por isso, insisto na calma e na paciência com o outro. Pode estar chovendo dentro de quem está a sua frente e você nem percebeu. Os dramas humanos não estão estampados, estão muitas vezes engolidos, mastigados e não muito bem digeridos, inconstantes no pêndulo da ânsia de vômito.

5 coisas que percebi com o livro:
Não se deve cortar as unhas dos gatos, eles precisam delas.
Eu não teria em casa um quadro com o rosto de alguém...dá medo.
Psicólogos e psiquiatras são pessoas interessantes e dignas de observação.
Carregamos muita coisa desnecessária na bolsa, em casa...e na mente.
Para nada há um fim e nem existe volta...tudo continua, o girar não cessa.


Se eu indico o livro? 
Não...ler é coisa do diabo e todo mundo sabe disso.



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